23 março 2009

TRILHOS MARIA DA FONTE

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-----A ecobike, não pode deixar de marca presença no tão afamado passeio “Pelos Trilhos da Maria da Fonte – 5ª Edição”, inserido nas festas de S. José, a decorrer na Póvoa de Lanhoso.
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-----Antes de falar do passeio propriamente dito, uma pequena lição de história de Portugal, já que o saber não ocupa lugar.
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-----Então o que é isto de “Maria da Fonte”?
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-----Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por António Bernardo da Costa Cabral.

-----A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado pelas novas leis de recrutamento militar, por alterações fiscais e pela proibição de realizar enterros dentro de igrejas.

-----Iniciou-se na zona de Póvoa de Lanhoso (Minho) por uma sublevação popular que se foi progressivamente estendendo a todo o norte de Portugal.
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A instigadora dos motins iniciais terá sido uma mulher do povo chamada Maria, natural da freguesia de Fontarcada, que por isso ficaria conhecida pela alcunha de Maria da Fonte.
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Como a fase inicial do movimento insurreccional teve uma forte componente feminina, acabou por ser esse o nome dado à revolta.
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A sublevação propagou-se depois ao resto do país e provocou a substituição do governo de Costa Cabral por um presidido por Pedro de Sousa Holstein, o 1.º duque de Palmela.
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Quando num golpe palaciano, conhecido pela Emboscada, a 6 de Outubro daquele ano, a rainha D. Maria II demite o governo e nomeia o marechal João Oliveira e Daun, Duque de Saldanha para constituir novo ministério, a insurreição reacende-se.
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O resultado foi uma guerra civil de 8 meses, a Patuleia, que apenas terminaria com a assinatura da Convenção de Gramido, a 30 de Junho de 1847, após a intervenção de forças militares estrangeiras ao abrigo da Quádrupla Aliança.
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Finda a lição, passamos ao que aqui nos trouxe.
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-----A vontade dos ecobikers de participar neste passeio era muita, mas no final, somente eu (Litos Compostela) e o Gigantones, tivemos o prazer de percorrer tais trilhos, e que trilhos!! mas mais adiante falo neles.
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-----Como gostamos de saber com quem pedalamos, infiltrou-se o SIS no seio da Bike17eco e recebemos a notícia, a nata desses mancos, ia marcar presença.
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-----Mas nada que nos apoquentasse, pois só o Gigantones com uma perna batia aqueles mancos e eu, chegava no final e papava tudo. -

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-----Malas feitas, rumamos à Póvoa de Lanhoso, e logo à chegada, e como era de esperar, o Gigantones com todo o profissionalismo, montou a barraca da ecobike em representação da FPCUB.
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-----Equipados a rigor e com as burras prontas, com cerca de 30 minutos de atraso, um ponto negativo a apontar à organização, lá partimos para os trilhos…é que duas horas não chegam levantar tantos dorsais no secretariado…
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-----Na recta da partida…”onde anda o Pedro Trilhos???”…teve a lata de furar o pelotão e colocar-se à frente cerca de 500 betetistas…enquanto “nosotros” respeitando quem já lá estava, ficamos 500 betetistas atrás. -

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-----Meus senhores, logo de início e que início, cerca de 13 km a subir a bom subir, deixou marcas no meu parceiro – ainda a recuperar de grave lesão do esqueleto – e o pior cenário abria-se à minha frente, ia ter de defrontar os mancos sem qualquer apoio.
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-----Num ritmo jeitoso, lá fiz a subida com o xouriço do Sousa trepador…e nem sinal do meu parceiro.
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Uma subida feita por várias, com paisagens bonitas a variar entre o árido e o verde e single tracks à maneira. -

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-----Mas o pior tava para vir.
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È que depois de uma subida vem uma descida… e que descida, muito íngreme, muito técnica, e eu, que não me dou bem com as descidas, ao fim de várias tentativas anteriores, lá fui ao soalho.
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Resultado, empeno do dropout e mudanças…de grilo!!
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-----Com cerca de 6 km para o abastecimento, lá fui a arrastar a bicicleta sem poder usar as velocidades. Mas nem tudo pode ser azar. É que no abastecimento, havia um mecânico que deu um jeitaço e lá pôs a burra pronta para o resto do passeio.
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Abro aqui um parênteses, para dar os parabéns à organização pelo mecânico, porque, logo após ter feito o trabalho na minha bicicleta, foi um ver se te avias nas dos outros participantes. Bem hajam os mecânicos das bicicletas. -

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-----Ainda nas boxes, para meu agrado, chegou o meu parceiro, diga-se que bastante queixoso do seu pé.
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Já recompostos, eu da burra, ele do pé, seguimos caminho e mais uma vez, o Jorge, derivado à tremenda lesão que o apoquenta, não foi capaz de acompanhar o ritmo.
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-----“Ó Jorge. Cheira-me que não querias era ter cabras nas pernas, era o que era!!!”
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-----Viró disco e toca o mesmo, mais 9 km de subida igual à primeira. Desta vez, sem qualquer companhia, pude desfrutar novamente de paisagens bem bonitas e trilhos bem exigentes.

-----Depois dos últimos kms, novamente a descer, sem grande história e bem mais devagar, lá cruzei a meta, às 15H03 minutos, com tempo de pedalada de 03H01m46s.
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Poucos minutos depois chegou o Gigantones, todo partidinho do pé e do corpo!!!
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-----Tenho de dar os parabéns aos dois mancos, que já se encontravam junto dos carros quando chegamos à meta. A estratégia por eles montada deu frutos.
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Um que agora é conhecido pelo “Trilhos Fura Pelotão” e o outro que é conhecido pelo “Trepador Que Vê Os Amigos A Ir Ao Soalho E Aproveita Para Ganhar Tempo”.
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-----Bicicletas arrumadas, banho tomado, era hora do merecido almoço. Normal para o preço.
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-----Ainda houve tempo de ver um grupo folclórico actuar na praça principal antes do regresso à invicta.
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-----Para os ecobikers que não tiveram o privilégio de percorrer os trilhos da Maria da Monte, digo-vos…não faltem para o ano, porque que vale a pena.
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-----Tem tudo o que gostamos: Dureza e Beleza.
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Saudações betetistas Litos “Compostela
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http://ww2.bttmariadafonte.eu/

http://www.cm-povoadelanhoso.pt/pt/noticias/?id=639

2 comentários:

Anónimo disse...

Ora cá fica mais uma crónica com a chancela litos compostela.
Lamento ainda continuar debilitado para essas andanças e por não terem ido mais ecobiker`s como inicialmente tinham falado.
Vê-se bem a falta que eu faço nestes passeios para fazer uma reportagem fotográfica em condições com princípio meio e fim. É que os outros esquecem-se de tirar fotografias durante o passeio e quem não foi não fica com a percepção das paisagens fantásticas de que falas.
Abraços e venha o próximo
vitokorov

Trepador disse...

A forma física actual do Jorge pode ser comparada com a estética da barraca montada no seio da organização!
Quanto ao Litos, xouriço que tem tudo para ser a revelação do ano do Ecobike, aconselho-o a fazer mais treinos de descida com o Vitokourov, na parte das quedas, ou com o Pimenta, que costuma ficar mais vezes em cima da bike e, já deve ser uma coisa antiga dos fuzileiros, cai tão bem no meio da vegetação que ninguém o vê, técnicas de camuflagem modernas...