30 junho 2012

MARATONA DE ALTE

Este ano a Ecobike achou por bem fazer uma maratona das mais conceituadas e antigas do panorama betetista nacional.

O Kiko lançou o repto e eu, o Couto e o André respondemos e inscrevemo-nos para pedalarmos num ambiente novo e num local do país onde pouco ou nada havíamos andado de bicicleta.



Sendo assim na sexta feira (27), a meio da tarde lá partimos em direção ao Algarve.

Metemos duas bikes dentro da carrinha e duas em cima e lá fomos nós.

No caminho, lá paramos antes de Coimbra, para comermos uma sandezita de leitão. 

O Henrique não queria, não queria, mas depois de ver as sandes não resistiu e lá pediu uma inteira para ele depois de tentar comer a meias com o Couto.

O problema foi que uma garrafita de vinho não chegou, mas também éramos quatro… lol.




Chegamos ao Algarve, mais precisamente a Alte já pela hora de jantar e fomos jantar ao quase único restaurante da pequena aldeia. 





Fomos atendidos por uma simpática e solícita empregada de mesa da região do nordeste brasileiro, a qual aconselhou um prato de costelazinhas de javali.

Não me pareceu ser grande ideia, pelo que escolhi um robalo grelhado.

E não é que fiz a escolha certa, pois não só estava muito bom, como as costelas de javali pareciam feitas de borracha, tal era a força de dentes que era necessário usar para conseguirem come-las.




A ideia do Henrique, que foi aprovada por todos, era passar-mos o fim de semana (a prova era no domingo) no Algarve, e no sábado aproveitar ou para fazer praia, ou para dar uma voltita de bicicleta pela beira-mar.


Como o tempo estava de chuva (aguaceiros), foi decidido que no sábado íamos fazer um raid pela beira mar, entre Albufeira e Armação de Pêra.

Levantamo-nos pelas oito da manhã, tomamos o pequeno almoço no Hotel em Alte e lá partimos de carro para Albufeira. 

O céu estava carregado, a ameaçar chuva, quando estacionamos na zona velha de Albufeira e preparamos as máquinas para a volta.




Enquanto estávamos nesses preparativos, eis que surge na entrada do parque de estacionamento um Renault 19, antiquíssimo que se desligou na rampa de acesso ao dito parque e foi necessário um empurrãozito, ao qual o Couto e Henrique se prontificaram.



Dizem as más línguas, que foi a energia gasta naquela ajuda, que provocou a desvantagem do Kiko para o dia seguinte.




Depois deste episódio, lá fomos à praia dos pescadores para a foto da praxe, tomamos um cafezito num bar ali existente e rumamos a Armação de Pêra.


Fizemos o troço entre Albufeira e Armação de Pêra da ciclovia do Algarve,





que une a beira mar algarvia entre Vila Real de Santo António e Sagres.



No sentido para Armação, na Praia Grande de Pêra, entramos na praia e aproveitando a maré vaza, fomos para o areal, junto à rebentação, onde conseguíamos circular em cima da bike… foi espectacular e fizemos os cerca de 2 Kms de areal, que faltavam para chegar a Armação em cima das bikes.


 
Por ser o meu local de férias, de há 10 anos a esta parte, decidi surpreender algumas pessoas que consegui encontrar, numa versão de betetista.


 

Como íamos chegar por volta do meio-dia a Armação, já havíamos decidido almoçar naquela aldeia piscatória e em boa hora o decidimos pois almoçamos no restaurante «Zé Leiteiro», que tinha a seguinte frase num cartaz à entrada – peixe à descrição por 11€… 


foi a desgraça total do dito cujo. 



Para além de robalos a pontapé (vieram pelo menos 5 peixes para a mesa), serviram-nos ainda entre outros peixes, um de nome Sarrajão, que tinha um aspecto idêntico ao atum… muito bom…





importa referir ainda que a malta, numa de preparação para o dia seguinte decidiu comer também, três garrafas de vinho… foi muitaaaaaaaa comida.


Enquanto almoçávamos, juntaram-se bastantes pessoas à espera de mesa e entre esses grupos, estava um onde havia pelo menos um caçador de bandidos, que ao ver o nosso equipamento dos passeios da ASPP, nos interpelou e ficou connosco à conversa.





Já mais animados pelo farto abastecimento, toca a regressar a Albufeira, desta vez tentamos e conseguimos seguir quase na íntegra a Ecovia Algarvia, só divergindo desta em alguns locais para uma ou outra visita às praias e falésias do concelho de Albufeira, bastante bonitas em que aproveitamos para nos embelezar com algumas flores no casco (ideia do Kiko).


A tensão e nervos em consequência da prova a realizar no dia seguinte, era já muita, com o Kiko a largar rateres por todo o lado e a cismar em andar a passo de caracol, porque não se queria cansar (como se isso adiantasse alguma coisa), enfim…



Como a distância era curta, acabamos o passeio cedo e cedo regressamos ao Hotel para estágio.
O Couto e André decidiram aproveitar as excelentes valências do complexo turístico e foram jogar uma partida de ténis para o court central, onde deram alto espectáculo pela excelente técnica… (apanhadores de bolas).

Eu aproveitei para por as seringas todas numeradas e por ordem de injecção (coisa de pró).

O Kiko foi deitar-se pois não tinha conseguido dormir na noite anterior, tal era a ansiedade, ou se calhar o ressonar do Couto, que dormiu no mesmo quarto que eu.

O jantar desse dia foi na Guia, por insistência minha, para comer o famoso franguinho. 
No caminho passamos por um pomar de laranjas e clementinas, que se riram muito para nós e lá decidimos parar para levar algumas connosco.



É inacreditável a proliferação de pomares de citrinos existentes no Algarve. Não é por acaso que quando se fala em laranjas se fale inevitavelmente no Algarve.





Depois do jantar ainda houve tempo para eu dar um salto a Portimão, aonde fui dar uns abraços à Júlia e ao Rodrigo, meus afilhados que ali estão a morar desde o inicio do ano.




Quanto à maratona de Alte pouco há a dizer.



Quero apenas referir que é uma das mais antigas provas do panorama betetista nacional e nota-se pela qualidade da organização.


Foi ainda excelente para mim porque á excepção de uma prova que eu tinha feito há cerca de dois anos, quando ali estava de férias, esta prova permitiu-me ficar a conhecer as excelentes condições fisicas que esta região possuí para a prática do BTT.



Quanto aos meus companheiros de viagem, dois decidiram optar por fazer distãncia mais curta.


O André teve problemas mecãnicos e o Couto decidiu acompanhá-lo na distãncia mais curta (meia maratona).


Eu e o kiko fomos duros e acabamos por fazer os muito duros 83 kms da maratona (a segunda metade da prova foi a mais dura).


Valeu a pena, quanto mais não seja por ter espetado mais uma bandeirinha no mapa do nosso querido Portugal.

Deixo aqui o link de um excelente vídeo realizado pela organização, que descreve bem a prova

Abraços e beijinhos
Jorge Almeida

19 junho 2012

LINHA DO SABOR


2 Junho 2012

Já há algum tempo que havia ficado no ar a vontade de pedalar na antiga linha de comboio do Sabor.

Sendo assim, o vice lançou o repto e eu, o Paulo Pinto, o Nuno Almeida, o Leandro Costa, o Vitor Silva, o Luís Correia,  e o André dissemos presente e pelas 06H00 da manhã lá nos juntamos à minha porta e partimos em dois carros para Torre de Moncorvo.


Devido à grande forma física do nosso vice, que sofre de esclerose múltipla num dos seus joelhinhos,


decidimos começar o passeio já na cidade de Torre de Moncorvo, já lá bem no altinho e evitar grandes esforços logo pela manhã.


Assim sendo e depois de algumas dúvidas e apalpadelas quanto ao caminho a seguir  de carro até ao destino, lá chegamos por volta das 09H30.


Na praça principal equipamo-nos e preparamos o material sob o olhar atento da terceira idade, logo pela manhã no banco do jardim a por a conversa em dia.


Antes de começar a procura da ecopista fomos ao café....onde pouco ou nada havia para comer.

Seguiram-se as fotos na Igreja Matriz, classificada como monumento nacional e aconselha-se uma visita atenta a um dos mais impontentes edificios religiosos do Nordeste transmontano.

 Encontramos sem dificuldade o início da ecopista, criada na antiga linha ferroviária do Sabor, que ligava o Pocinho e a localidade de Duas Igrejas, numa distância de 103km.


Ecopista:
Torre de Moncorvo e a aldeia de Carviçais.
Cerca de 22 km até Carviçais.



 Estações e Apedaeiros Linha do Sabor:










Foi bastante agradável pedalar pela ecopista, onde pudemos apreciar, apesar das condições climatéricas não serem as melhores, a beleza da região.


Junto da antiga linha férrea existem um sem numero de aglomerados populacionais que com o fecho da mesma, devem ter entrado em declínio




e hoje estão praticamente abandonados ou habitados por idosos que sempre ali viveram e que assim continuarão, mas gente nova nem vê-la.



A inclinação da ecopista neste trajecto é quase nula, que permitiu que a tivessemos percorrido sem qualquer dificuldade.


Assim, foi aproveitado para tirar umas fotos e




comer umas cerejas de uma cerejeira que ficava sobranceira à linha e que tinha uns frutos deliciosos (comi para aí um kilo de cerejas, lol).




Em alguns pontos, em particular na parte inicial da ecopista foram colocadas barreiras verticais, junto de entroncamentos com estradas ou caminhos rurais, que na generalidade não tinham qualquer sentido...




Após albufeira o caminho começava apresentar sinais de obras de requalificação....


Já quase no fim da ecopista em Carviçais, passamos pelo conhecido restaurante Artur, famoso pela posta à mirandesa.


Ainda entramos para ver a ementa, o que me deixou água na boca, pois os meus parceiros de aventura decidiram não apoiar a minha ideia de fazer mais um passeio gastronómico e comer a bela da posta...



Fica para uma próxima ocasião, que não vai tardar de certeza.




A ecopista acaba pouco depois da passagem pela aldeia e torna-se penoso continuar pela antiga linha do comboio pois o terreno estava revolvido pela abertura de uma vala para colocação de cabos fibra óptica, sinal do progresso.

Decidimos então inverter a marcha e seguir por estrada pela serra de Reboredo, junto das antigas minas de ferro.



Ao passar pelo bairro dos mineiros (agora praticamente abandonado) houve ali uma ligeira indecisão, querendo eu e o Leandro subir ao alto, onde se situava a entrada para a mina e o vice a fazer valer a sua condição de mantorras e impedir tal façanha.


 Nova passagem pela cidade de Moncorvo e descida pelo vale do Sabor até à margem do rio.





Cerca de 3 kms a montante da barragem que está a ser construída, que vai destruir o ultimo rio selvagem que ainda corria dentro das nossas fronteiras e um dos últimos da Europa também.


Já na margem do Sabor pudemos pedalar junto à margem esquerda até à barragem que está já em adiantado estado de construção


e quase pronta a fechar o rio e criar ali uma parede de água com cerca de 100 metros de altura.

Aproveitamos por isso para pedalar num local que dentro de pouco tempo estará submerso.


Depois das fotos da praxe, em que o nosso vice decidiu enfiar-se no rio e fazer acrobacias em cima da bike.


Aqui a solução foi regressar à estrada.... e seguir até à foz do rio, mais concretamente à aldeia de Cabanas de Baixo, onde se decidiu parar para comer qualquer coisa.

Apesar da aldeia em peso estar sentada frente ao restuarante era de esperar que o vice ia finalmente encontrar um tasco para petiscar algo.

Decisão que se revelou pouco ajuizada, pois o dono do único tasco, era de um grosseirismo a roçar a falta de educação, chegando mesmo a desprezar a nossa presença, inclusive dizendo que não tinha comida e bebida... incompreensível, pois tudo leva a crer, que tendo um tasco aberto, o dito cujo senhor queira fazer negócio e a atitude dele foi tudo, menos a de comerciante.

A visita ao local valeu por termos verificado que existia ali uma botique de vinhos de uma quinta, onde eu e o Nuno pudemos comprar umas garrafas de vinho no regresso a casa.

Boa pinga por sinal.

Depois desta paragem fizemos a pouca distância que dista entre a foz do Sabor e a barragem do Pocinho por estrada.



outros fizeram pela linha do comboio para fugir as cobras na estrada...lol



Estavamos nós em cima da barragem e eis que os vemos passar




pela ponte do comboio da linha do Sabor o vice, o André e o Paulo.




que entretanto se tinham distanciado de nós e encontrado um caminho alternativo para o Pocinho,




claro que de imediato voltamos para trás e descobrimos o caminho para a ponte rodo-ferroviária que se encontra encerrada à circulação, mas exatamente por esse motivo deu mais gozo de atravessar.


Nova paragem no Pocinho para umas bejecas e para a sande do vice, visto que em Cabanas de Baixo o tasqueiro não tinha sandes, nem comida de qualquer espécie.


Paragem na estação de comboios para mais algumas fotos nuns comboios antigos que ali estão abandonados.





Paragem para refrescar a garganta antes da subida.

O regresso a Torre de Moncorvo foi feito por um estradão por entre vinhas do Douro até à aldeia da Açoreira, onde a inclinação era tanta que o nosso matorras teve que desmontar do cavalo e subir a pé.
















Rara é a vez que não arranjamos um local para tomar banho, mas desta vez não foi possível, excepto para este cromo....




Dia bastante agradável em boa companhia e a pedalar em locais de beleza única.




 Ficou prometido voltarmos a esta região onde o vice tem mais duas ou três maluqeiras para realizar e eu vou acompanha-lo desde que não implique caminhadas....