30 agosto 2008

MEALHADA



-----Há muito tempo que o Gigantones falava em pedalar na Mealhada, para no final comer leitão, um dos seus pratos preferidos, mas foi sempre surgindo algo a impedir a concretização do passeio.

-----Hoje, finalmente lá foi possível, mas sem a companhia do Marito, que teve de ficar em casa a limpar o pó dos móveis, aaaahhh.

-----O passeio começou por volta das 10h00, junto do posto da GNR e rapidamente saímos do alcatrão para os trilhos de terra, em direcção à freguesia de Travassos,

-----Fomos percorrendo estradões, sem grande dificuldade técnica, quase sempre em mato e a subir até chegarmos ao Miradouro da Cruz Alta, em pleno coração da Mata do Buçaco*, com uma panorâmica excelente sobre as várias localidades em redor, podendo inclusive ver-se ao longe o mar.

-----Neste ponto decidimos seguir em direcção ao Buçaco, uma vez que era sempre a descer e por um carreiro espectacular, excelente para fazer uma corrida cronometrada, mas com algumas escadas pelo caminho, que o tornam indicado para downwill, técnica que o gigantones não domina, mas acredita que aos 50 anos pode entrar na competição no sector de veteranos e lá vai tentando...resultado foi mais uma pequena queda, sem grandes consequências físicas.

-----Seguiram-se as fotos da praxe junto do Hotel do Buçaco*, antes de seguirmos viagem, novamente a descer pelos Jardins do Buçaco, Fonte Fria, parque de merendas e Vale dos Fetos.
-----Com a fome apertar o Jorge decidiu que devíamos ir almoçar à Mealhada, tendo seguido pela estrada nacional.

-----Depois de uma procura pelos restaurantes que ele já conhecia, mas que se encontravam cheios de clientes, acabamos por entrar no primeiro que nos apareceu com mesa e que nos guardou as biclas. Enfim, com apenas 55km de pedaldas, lá nos sentamos à mesa, com os clientes a olhar de lado para os dois cromos equipados de ciclistas e com camisolas iguais.

-----Após um almoço farto e bem regado, com uma garrafa para cada um, decidimos dar uma pequena volta de bike a um ritmo baixo, para fazer digestão, antes de regressarmos ao Porto.

-----Para terminar o Jorge, lá conseguiu sacar os banhos no posto da GNR, tendo a cicerone sido um soldado feminino, muito simpática e com uma presença de fazer parar o trânsito...


* MATA NACIONAL DO BUÇACO - Monumento nacional desde 1943, alberga cerca de 700 espécies de árvores centenárias, desde sequóias da América do Norte, passando por chorões japoneses, até árvores do Brasil, Mexico e Himalaias.
Foram trazidas pelos frades carmelitas quando construíram o Mosteiro de Santa Cruz (sec. XVII).
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* HOTEL DO BUÇACO - Situado no coração da Mata Nacional do Buçaco é um dos melhores hotéis de Portugal. Guarda no seu interior obras de arte, como os painéis de azulejo evocando Os Lusíadas, os Autos de Gil Vicente e a Guerra Peninsular.
Foi por volta de 1630 que os carmelitas ali encontraram refugio e construíram um mosteiro que se manteve até a expulsão das ordens religiosas do país, no referido seculo.
Em 1917, foi transformado em hotel de luxo. A suite real tem mobília de Luís XVI, comprada de propósito por Alexandre de Almeida aquando da estadia da Rainha D. Amélia.
Restaurante do hotel insere-se na linha da cozinha Francesa, com pratos mais característicos faisão do buçaco à feudal, a sela de vitela, bacalhau à Palace, arroz de pato à antiga, javali com molho de leitão, etc.

27 agosto 2008

ALENTEJO

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PARQUE NATURAL DO SUDOESTE ALENTEJANO E COSTA VICENTINA
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-----Tempo de férias é sinonimo de viagens, divertimento, descanso, praia, etc, etc, no entanto, para mim e até presente data nunca significou passear de bicicleta, mas num ano virado para o pedal, acabei por ir de férias e leva-lá comigo. Pois, achei que seria engraçado continuar o passeio junto à costa (ou quase), depois do sucesso que foi Valença - Porto.
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Deste modo, pretendia dar pequenos passeios, sem grandes esforços, porque em primeiro lugar estava a praia, os banhos de sol e de mar e esplanadas, dai que não tenha feito qualquer planeamento ou pesquisa dos locais por onde devia passar.
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1ª etapa
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Zambujeira do Mar - Cabo do Sardão
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-----Uma vez que estávamos hospedados na Vila da Zambujeira do Mar, optamos por fazer um trajecto ligeiro, de modo a não exigir muito dos músculos. Assim, fomos da vila até ao Cabo do Sardão e regresso, num total aproximado de 30km, sempre ao longo da falésia.
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-----O Cabo do Sardão (1915) representa o melhor de uma das facetas da Costa Vicentina: costa rochosa cortada a pique sobre o mar, com as ondas a rebentarem lá em baixo em espuma e as gaivotas a voar à procura de peixe. (não registei os dados do passeio, especialmente km`s e tempos).
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-----Neste percurso vimos pequenas praias protegidas por escarpas e arribas, de difícil acesso, mas dignas de serem descobertas.
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2ª etapa

Zambujeira do Mar - Arrifana

-----Por volta das 08h00, novamente na companhia do Pedro, que não se encontrava preparado para grandes passeios de bike, lá seguimos o nosso destino.

Praia da Zambujeira

Praia do Carvalhal

Praia de Odeceixe


Praia Vale dos Homens

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-----Com a chegada à Vila de Aljezur, o meu companheiro de viagem achou que estava na hora de ir a banhos de sol e terminou o passeio, pelo que continuei sozinho por mais alguns quilómetros.
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-----Segui-se um pequeno desvio para subir ao topo da vila, onde se encontra o castelo medieval, de construção anterior ao século X (o último a ser conquistado aos mouros no Algarve, sec. XIII). Ali ppermaneci apenas o tempo suficiente para tirar fotos, seguindo de imediato viagem descendo pelo casario em torno do antigo castelo dos mouros.
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-----Chegado à estrada nacional, logo surgiu uma subida acentuada, em direcção à praia de Monte Clérigo.

Praia de Monte Clérigo

-----Daqui até a praia da Arrifana o percurso foi terrível em termos de exigência física, tendo andado cerca de 2km a empurrar a bike pela areia, que me pareceram intermináveis (unicamente para não voltar para trás até a EN).


Praia da Arrifana

-----Perante isto, decidi terminar o passeio, com cerca de 75km e seis horas de pedaladas e juntar-me aos meus amigos na praia, continuando a travessia no dia seguinte.

3ª etapa

Praia da Arrifana - Cabo de S. Vicente

-----Hoje, o meu companheiro de viagem foi o Nuno, uma vez que o Pedro ficou de rastos do dia anterior.

-----O passeio não podia ter começado de forma pior, pois deixei ficar a maquina fotográfica no hotel e assim sendo a única solução foi recorrer ao velhinho telemóvel.

-----Mal saímos da Arrifana entramos num estradão que rapidamente nos levou até a praia seguinte.

Praia de Vale Figueiras

-----Para sair dali foi necessário suar, para conseguir subir aquele estradão e ainda não tinha sequer aquecido os músculos.

-----Este estradão passava pelo meio de um pinhal, sem qualquer dificuldade técnica ou física até chegar a EN, que nos levou até as localidades da Bordeira e Carrapateira.

-----Neste último local voltamos a um estradão junto a costa, com passagem por um marco geodésico, denominado do Pontal, com uma vista magnifica da costa, das falésias, para norte até a praia de Vale Figueiras e à ponta da Arrifana, que nos deu uma perspectiva do percurso que já tínhamos feito. Para sul ainda não se conseguia ver o cabo de São Vicente, pelo que ainda tínhamos uns quilómetros pela frente.

Praia da Carrapateira

Praia do Amado

-----Nesta praia o estacionamento estava caótico, com muitos carros espanhóis e carrinhas de hippies e o mar estava repleto de surfistas.

-----Logo após a praia do Amado, entramos novamente na serra, sem qualquer noção do caminho que devíamos seguir, pelo que optamos pelos que subiam menos.

-----Passados alguns quilómetros chegamos à estrada nacional, que seguimos até Sagres e dali até ao Cabo de S. Vicente.

-----Para terminar o passeio da melhor forma nada como um banhinho, desta vez na praia de Beliche - Sagres, seguido de almoço na praia Mortinhal.

BOAS FÉRIAS

Praia da Zambujeira do Mar - No coração da área protegida da Costa Vicentina e do Sudoeste Alentejano. Esta pequena aldeia costeira tem resistido sem grandes atentados urbanísticos da pressão turística, mesmo que tenha perdido algo da sua personalidade nos últimos anos.

Não perca o miradouro sobre a praia, as esplanadas de ambiente familiar, onde se pode saborear um bom peixe grelhado (sargo, pargo, dourada, robalo) enquanto se olha o mar lá em baixo.

Inserida no concelho de Odemira, o maior do país, conhecida pela «Vila das Flores»,cruzado pelas águas do Mira, um dos rios menos poluídos da Europa.

Uma região peculiar, já que se pode encontrar a planície, a montanha e a serra, o rio, a barragem, o mar e praias.

O que comer: Feijoada de búzios, as caldeiradas, sopas de peixe, migas, açorda, arroz de tamboril e os percebes, ocupam lugar de destaque.

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Praia de Odeceixe - Neste praia consegue-se apanhar sol no Alentejo e tomar banho no Algarve, pois a ribeira de Odeceixe, que ali desagua e atravessa a praia, marca a fronteira entre as duas províncias.

A água é fria, muito batida, excelente para a pratica de surf.

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Praia da Arrifana - O único acesso é feito por uma calçada íngreme, com a compensação da vista da praia e da Pedra da Agulha, uma rocha vertical no meio do mar no lado sul.

Conta a lenda que: em 1240, os cavaleiros da Ordem de Santiago comandados por D .Paio Peres Correia, tentavam sem sucesso conquistar o castelo de Aljezur, defendido pelos mouros. Através de uma jovem, que se tinha apaixonado por um soldado cristão, ficaram a saber que os mouros tinham por hábito tomar banho ritual de mar na Arrifana. Assim, os de Santiago atacaram de surpresa e chacinaram os inimigos, conquistando o castelo.

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Praia da Bordeira ou Carrapateira - Carrapateira por causa da povoação mais próxima, outros preferem designá-la de Bordeira por causa da ribeira que desagua no topo sul do areal.

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Sagres - Jaime Cortesão referiu-se a esta localidade «aspecto de conjunto com tão erma e trágica beleza, nem seria fácil encontrar refúgio e cenário mais propício para um pensamento obstinado de Herói ou de Profeta».

A Fortaleza de Sagres, também designada por Castelo de Sagres ou Forte de Sagres, situa-se numa posição estratégica, pois além de proteger a costa, nomeadamente as duas enseadas, que constituíam excelentes pontos de desembarque, servia como um ponto de observação e controlo da navegação costeira entre o Mediterrâneo e o Atlântico.