12 março 2009

UM CARRO A MENOS

-----A revista trimestral CICLISMO A FUNDO, publicou na última edição (n.º 3) uma entrevista a José Manuel Caetano, co-fundador e presidente da FPCUB, que deixamos aqui um excerto:-

Qual é para si a melhor definição de cicloturismo?

J.C.:
---O ciclourismo consiste essencialmente em passear, utilizando a bicicleta como meio de transporte de forma solitária ou colectiva. Não possui qualquer intuito competitivo, nem está ligado de modo algum à alta competição.
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---O cicloturismo é um excelente escape para os problemas do quotidiano.
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---Não podemos dissociar também deste tema a questão sociológica. Muitos praticantes de idade mais avançada aproveitam esta fase da vida em que têm um maior desafogo financeiro para finalmente terem acesso a uma bicicleta, objecto que muitas vezes almejaram durante a sua infância.
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---É por isso que nos passeios temos bicicletas de tão grande qualidade.
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A alteração do actual Código da Estrada e uma das grandes bandeiras da FPCUB. Neste capitulo, quais são as principais reivindicações da instituição a que preside?

J.C.:
---Defendo que uma maior fomentação do uso da bicicleta no nosso país tem de passar claramente por uma alteração no Código da Estrada.
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---Nesse sentido penso que as autarquias devem criar dentro das grandes cidades uma zona de acalmia de tráfego,onde seja contemplada uma faixa para a utilização das bicicletas devidamenteCor do texto sinalizada e onde não deva ser ultrapassado o limite de 30km/h.
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---Defendo ainda que deva existir a obrigatoriedade de o automobilista salvaguardar sempre pelo menos de 1,5 metros de distância para o ciclista, quando ambos circulam na mesma faixa de rodagem.
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---O actual Código da Estrada é o grande responsável pelos acidentes rodoviários, muitos deles verdadeiramente caricatos, que envolvem diariamente os utilizadores de bicicleta.-

FPCUB

Na sua opinião quais são as mais-valias de andar de bicicleta?

J.C.:
---Antes de tudo é um comportamento social.
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---No mundo inteiro pessoas de classe média/média alta estão a aderir ao fenómeno do ciclismo, ou seja indivíduos com acesso ao dinheiro e ao conhecimento.Portugal não é excepção.
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---Para além disso, traz consigo inúmeros ganhos do ponto de vista da saúde, nomeadamente a nível cardiovascular e é ainda uma arma poderosa no combate à obesidade.
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---A somar a tudo isto está o privilegiado contacto com a natureza e a protecção do meio ambiente.
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Enquanto líder máximo da FPCUB, que balanço faz do ano de 2008?

J.C.:
---Foi um ano em que ficou bem patente a vitalidade da nossa Federação.
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---Mantivemos as nossas actividades principais onde se inseriram o Minho Florido, o Caldas-Badajoz, Sesimbra-Algarve, Lisboa-Santarém, Lisboa Antiga de Bicicleta, Semana Europeia de Cicloturismo, o VII Congresso Ibérico "A Bicicleta e a Cidade" e mais um sem numero de actividades.
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Que tem feito a FPCUB para fomentar o uso da bicicleta entre as camadas jovens?

J.C.:
---Temos um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa, que nos tem permitido levar a cabo actividades de promoção da bicicleta nas escolas.
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Parece-lhe que a curto/médio prazo é viável que a bicicleta passe a ser encarado não como um mero instrumento de lazer, mas sim como um veículo de transporte?

J.C.:
---Penso que isso já começa a acontecer, principalmente por parte daquelas pessoas que têm cuidado com a boa forma física e com a linha.
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---No entanto, o grande segredo para fomentar o uso da bicicleta é generalizar nos grandes municípios as bicicletas de distribuição gratuita.

---A FPCUB apoia esta medida. Algumas das mais conhecidas localidades portuguesas já aderiram a esta ideia com resultados muito positivos.
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---Alias esta é a melhor forma das autarquias conseguirem combater o congestionamento automóvel.
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Pensa que a redução da taxa de IVA no comercio velocipedico iria fomentar a utilização da bicicleta em Portugal?

JC:
---Sim, sem dúvida. Basta pensarmos que a bicicleta é um veículo não poluente e no entanto está sujeita à taxa máxima de IVA, ou seja 20%.
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---Sendo um meio de transporte que não provoca danos no meio ambiente, deveria ser mais incentivado pelo Estado. Penso que a taxa de IVA adequada a aplicar seria a de 5%.
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---Isto alteraria radicalmente o uso da bicicleta em Portugal.
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Sr. Presidente José Caetano acompanhado de ilustre sócio, no

5º Festival Internacional da Bicicleta

Santarém - 2009

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