26 setembro 2008

PELAS VINDIMAS



-----Depois do extraordinário dia que passamos na zona do Tua (ver crónica "http://ecobike.blogspot.com/2008/09/viagem-ao-tua.html"), organizei, quer dizer convidei para um passeio à esta região os mesmos elementos que estiveram na recente Travessia de Valença ao Porto (ver crónica "http://ecobike.blogspot.com/2008/07/epic-beach.html"), sendo que desta vez o programa incluía ir e regressar de comboio.

-----Depois de ultrapassadas as dúvidas relativas ao transporte das biclas no comboio, que segundo algumas informações obtidas na CP não podíamos seguir no comboio pretendido com as bicicletas, por se tratar da categoria Interegional e ainda resolvidas as questões de dispensas de serviço, estavam pré-seleccionados os 6 mega atletas (Valença - Porto) e o Litos, por se enquadrar na referida categoria..
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No dia anterior foi vê-los desistir da viagem por mais diversos motivos, sendo que o único aceitável foi a do homem que nesse mesmo dia num passeio de bike partiu o braço.

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Como se tratava de um passeio sem quaisquer compromissos decidimos realizar na mesma a viagem. Por isso, as 07h25, eu, o JP e o Luís (o profissional da Bicicastro) apanhamos o comboio na estação de Campanhã em direcção ao Tua, sem qualquer problema com as bicicletas.

-----Momentos depois, na estação de Ermesinde juntou-se-nos o Calhas, que por escassos segundos não perdia o comboio.

-----Nesta altura, e tendo em conta que a confraria não estava completa apresentei um trajecto alternativo, que passava por sair na estação do Marco de Canaveses, seguir um trajecto de alguns quilómetros em terra batida, até freguesia de Vila do Bispo e depois até EN108, que seguíamos até ao Porto, intercalando com percursos de estradões em terra batida. .
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Por unanimidade a decisão foi manter a viagem ao TUA, uma excelente escolha, especialmente por estarmos na recta final dos dias de bom tempo, com temperaturas agradáveis e no período de vindimas, numa região inserida na área demarcada do Alto Douro, próxima do coração do Douro Vinhateiro - Património Mundial da UNESCO (2001).

-----Estas viagens de comboio são sempre uma boa opção, se mais não fosse pelo preço do bilhete, 2,35€ com desconto de cartão 3ª idade, em bancos de pele e janelas que abrem e nos permitem seguir em pé a apreciar a paisagem com a cara ao vento.

-----Fiquei positivamente surpreendido com a quantidade de passageiros que utilizavam o quim como meio de transporte, para as suas deslocações diárias, mesmo até às pequenas localidades. Estes passageiros, tentavam passar o tempo das mais diversas maneiras, alguns a tentar adormecer, o que não era fácil, pelo menos na nossa carruagem porque a conversa ia animada, com o entusiasmo natural da viagem e da paisagem extraordinária do rio Douro e do vale, que o comboio serpenteia as margens.
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Apesar de se tratar da terceira vez que faço esta viagem, num comboio dos antigos, pela linha do Douro, que se estende por 163 quilómetros, terminando no Pocinho, nunca deixa de ser uma viagem repleta de paisagens que nos prendem o olhar a cada instante.
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-----Infelizmente, estes comboios já não possuem serviço de bar (como na primeira viagem que fiz há 7 anos atrás), nem as paragens permitiram uma saída rápida na estação para um café.
-----Pelas 10h00, chegamos à estação do Tua e fomos directos à cervejaria do "Calça Curta", para um pequeno almoço.
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-----Volvidos cerca de 30m já estávamos sentados nas machines, a pedalar pelo asfalto ligeiramente a subir.
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Dois quilómetros depois e seguindo um trilho de gps que tinha desenhado entramos para um terreno de
vinhas, a descer até ao fundo do vale, que percorremos durante algumas centenas de metros, até voltar a subir o monte do lado oposto. Foi sempre a dar-lhe, primeiro junto aos socalcos das vinhas e depois entre mato. Graças a esta subida a primeira hora e meia foi a uma media muito baixa, tendo avançado apenas 8km.
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-----Por esta altura chegamos a localidade de Linhares, tendo saído brevemente do trilho para entrar no centro da aldeia e abastecer líquidos. Surpreendentemente verificamos que possui um pelourinho, para quem desconhece conferia importância juridico-administrativa aos locais.
-----Como até este momento não tinha apanhado nenhum susto com cobras, o JP apanhou uma pequena cobra morta na berma da estrada, com o intuito de me pregar um susto, que não o conseguiu porque me apercebi a tempo de evitar a brincadeira da p...
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-----Neste local após ter verificado a existência de uma placa a sinalizar uma estrada tipo romana, sugeri uma alteração no percurso, em vez de continuar no trilho que tinha delineado até a localidade de Marzagão, por me parecer uma excelente ideia descer por aquele estradão infestado de pedras..

-----Mais uma vez constatei que não podia estar melhor acompanhado, pois prontamente acederam enfrentar aquele trilho, sem saber o que os esperava.


-----Mais uma dose de adrenalina e com uma vista panorâmica magnifica sobre o rio Douro e a barragem da Valeira.


-----No fim da calçada, continuamos a descer mas desta vez por entre vinhas, onde se encontravam as mulheres apanhar as uvas e os homens a carregar os cestos para os tractores.


-----Trocamos umas impressões com as senhoras acerca do local em que nos encontrávamos e ainda deu para provar as uvas..

-----A descia acabava numa estrada camarária junto da estação do comboio da Alegria, quase ao nível do rio Douro.
-----Com 18km nas pernas, foi tempo de voltar a subir, mas desta vez por asfalto até perto dos 500mt de altitude, quase até chegar a Marzagão.

-----Daqui em diante prosseguimos por estrada até Carrazeda de Ansiães, para descomprimir e ganhar tempo para o almoço..

-----Pelas 14h40 e com 33km, chegamos a C. de Ansiães, onde permanecemos uma hora para almoçar.

-----Este passeio tinha umas condicionantes próprias de quem não tem apoio e tem horários a cumprir, neste caso para não perder o transporte de regresso a casa. Ou seja, em caso de avaria não reparável, ou acidente, a alternativa era carregar a bicla até a estação do Tua, ou tentar arranjar uma boleia.
-----Face ao exposto, neste local e de acordo com a hora, podíamos estar tranquilos, pois estávamos mais perto do destino final e pior tinha ficado para trás, pois daqui para a frente era quase sempre plano e nos últimos quilómetros a descer. .

-----Após nos termos cruzado com trabalhadoras nas vindimas, foi tempo da apanha da maça. Frutinha é comida que não falta para estes lados! Foi um ver se te avias.....

-----De Carrazeda de Ansiães até a freguesia de Parambos, a aldeia mais Sportinguista de Portugal, foi sempre a rolar por estradões largos em terra batida, sem qualquer dificuldade.

-----Como não podia deixar de ser as duas únicas paragens que fizemos nesta freguesia foram para o JP tirar foto junto da estátua de um leão, que os moradores atribuíram o nome de João, por sinal idêntico ao do nosso amigo JP.

-----Se esta parte do percurso foi fácil daqui para a frente quase nem era preciso pedalar. Ao passar pela freguesia de Castanheira, entramos novamente nos campos de vinhas, com vista magnifica para o rio Douro e os montes com socalcos.

-----Umas centenas de metros à frente a vista era para o rio Tua, onde andamos há uns dias atrás.

-----Pelas 17h00, chegamos à Foz do Tua, com 51km em 04h00 de pedaladas.

-----Fomos directos para o rio, para um banhinho, mas lamentavelmente a água estava a cheirar a gasóleo ou algo semelhante, dai que banhos só de sol, porque a temperatura estava muito agradável.

-----Deste modo, ficamos a relaxar na plataforma sobre o rio, numa espécie de ancoradouro, até o sol desaparecer por trás do monte, pelas 18h30.




----Podíamos ter apanhado o comboio das 18h10, mas tínhamos de andar a correr e deixavamos de apreciar tranquilamente os últimos raios de sol e jantar descansadamente no restaurante "Calça Curta".
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-----Pelas 19h50 apanhamos o último comboio, que por se tratar de regional, parava em todos os apeadeiros/estações (31) e na estação de Caide tivemos de trocar de comboio.
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-----A viagem passou-se de forma animada, mas em posições mais relaxadas, com os pés descalços e nos bancos.
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-----De Caide para o Porto, o comboio uma locomotora tipo metro de cidade, seguia com lotação esgotada, tendo chegado ao Porto às 23h15.

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NOTA:

Foi com este passeio que o nosso amigo JP (Leite) terminou a temporada velocipédica, antes da intervenção cirúrgica a que vai ser submetido e que o tem deixado muito apreensivo, com medo de perder uma asa do morcego....(uma private joke).
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3 comentários:

Anónimo disse...

mais um passeio entre amigos. foi de facto um exelente passeio, sem mácola. a companhia foi exemplar, os trilhos fantásticos e a paisagem a condizer. os meus sinceros parabéns a esse grande dinamizador da prática de btt, o vitor silva. para mim foi o último evento antes da cirurgia, portanto, para além do já mencionado, provoca ainda mais saudade de pedalar.
ass. JP Leite.

Anónimo disse...

Mais um passeio de mancos. Ainda bem que me desmarquei com uma desculpa das p...
ass. aquele que só participa ... de vez em quando.

Anónimo disse...

Oh meu bom amigo anónimo apareça mais vezes que é sempre bem-vindo, ou convide-nos para os seus mega passeios, que nos estamos sempre disponíveis.
Abraço.