21 agosto 2013

GR22 - SORTELHA - ALMEIDA

Voltamos à Grande Rota 22, denominada de Rota das Aldeias Históricas.



Desta vez escolhemos a etapa Sortelha - Almeida, distância de 88km, com desnível acumulado de subida de 1145 m.

Uma jornada longa, mas tranquila em termos físicos e técnicos.
 


Ao contrário das outras etapas optamos por percorrer a rota no sentido contrário ao relógio, porque no final o regresso ao Porto seria mais rápido de Almeida, dado ficar a poucos quilómetros da A25.
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Assim, pelas 11h00, arrancamos de SORTELHA.

Situa-se num esporão granítico dominante, entre o cabeço de São Cornélio e a Serra da Opa, a uma altitude de 786 m.
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Deste modo, permitia vigiar e prevenir as invasões inimigas (45km de Espanha).



O topónimo da povoação deriva de um anel, Sortija ou Sortela, utilizado num jogo medieval, no qual os cavaleiros tentavam enfiar a sua lança.

Ou Sortel - um anel de pedras com poderes especiais, semelhante ao anel das feiticeiras.

Por outro lado poderá estar relacionado com o formato circular / ovulado do aglomerado urbano.

O facto de os terrenos de Sortelha não serem muito férteis poderá ter originado a denominação Sorticula, sorte pequena.



Pelourinho
- construído em 1510, após D. Manuel I lhe ter confirmado o foral.



Castelo construído em 1228, com uma torre de menagem de planta quadrada, no centro do recinto.

Possui duas portas: a Porta do Castelo e a Porta Falsa. A primeira apresenta balcão com mata-cães e as armas reais de D. Manuel I, com esferas armilares.

Assim que iniciamos o passeio fomos logo perseguidos por uma fera, que por pouco não agarrou um pé a um manco.



As primeiras pedaladas foram em asfalto, ligeiramente a subir, até entrar num trilho largo de cerca de 2,5km de terra batida.

Passagem pelo meio da pequena aldeia de Urgueira, para o presidente assinalar a sua presença no sino da igreja.



Mais um pequeno trajeto de asfalto e já conseguíamos ver a torre de menagem na sede de concelho.




SABUGAL (13km - 11h47)


Depois de atravessar a ponte sobre o Rio Côa,  





subimos ao Largo de Santa Maria, num planalto, onde foi construído o castelo, talvez entre os séc. XII-XIII.
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Paragem para sessão fotográfica junto da Fortaleza de arquitetura gótica com um perímetro amuralhado de cinco torres de planta quadrada, entre os quais a torre de menagem de planta pentagonal, única em Portugal.

 

Torre de menagem com 30 metros de altura é obra de D. Dinis.

 

Torre do Relógio ou Torre Sineira
edificada no séc. XIII, integrada na linha de muralhas que circulava a vila.
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Sabugal foi uma praça-forte importante da linha defesa fronteiriça, defendendo este território raiano em parceria com os castelos de Alfaiates, Vila Maior, Vila do Touro e Sortelha.

Pelourinho
estaria colocado frente ao tribunal e a porta da vila. 
Foi demolido em 1979, devido ao alargamento da praça, encontrando-se alguns dos seus fragmentos na Câmara Municipal.

 

Casa dos Britos
edificada no Séc. XVII, pertença de Brito Távora Silva.


 

Seguiram-se alguns quilómetros de estradão,  
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Uma pequena igreja escondida na vegetação



Pelo caminho passamos pela aldeia do Soito,


 

de grande tradição na capeia raiana, antigamente englobada nas antigas redes de contrabando.


ALFAIATES - (37km)
Aldeia cuja origem se perde na memória dos tempos, situa-se sobre um elevado outeiro, a 12 quilómetros a este do Sabugal.

 

A toponímia deriva de Alchaeata ou Al-Chait, termo árabe e nada tem a ver com os homens que exercem a profissão de fazer fatos. (infelizmente mais um monumento encerrado).

O portal é encimado pelas armas reais.


D. Afonso X de Leão terá conquistado a vila aos muçulmanos e ter-lhe-á atribuído o nome de Castillo de La Luna.
O nome árabe foi retomado por D. Dinis, quando em 1297, lhe atribuiu foral e edificou o castelo.


Castelo de Alfaiates -
 foi construído em local onde terá existido um castro da época pré-romana. 

Em 1811 desempenhou papel fundamental no desenrolar das invasões Francesas. 

 

Igreja Matriz - séc. XVII



Pelourinho 
Marco jurisdicional, trata-se de um exemplar renascentista de pinho cónica, com seis degraus octogonais, coluna de fuste circular, capitel de secção circular, com 4 ornatos em forma de gárgula tubular, coroada com bandeirola em ferro.


 

Igreja da mesiricórdia -
Séc. XIII - XIV, o templo mais antigo da povoação, de estilo românico-gótico de planta longitudional, de nave única, com dois arcos torais de volta perfeita (encontra-se fechada).





Depois foram cerca de 15km de terra batida, com vento forte de frente, que tornaram este troço desagradável e sem fim à vista.

De Freineda, passamos por cima de um viaduto, sobre a linha de comboio, entrando num estradão, a descer cerca de 4km, em direção ao Rio Côa
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fomos dar a um pontão em pedra,

  

que do outro lado acabava na vegetação densa e rodeada por água




pelo que tivemos de voltar atrás e encontrar outra passagem...

Mas só molhando os pés.


  


 

 

Subida de 2,2km até o castelo,
  

a inclinação era tão acentuada que o André arrancou o pedal com a força.


Os caminhos antigos

 

com pedras soltas no chão e nos muros...


CASTELO MENDO


Localiza-se a 19,3km de Almeida, sobre um maciço granítico a cerca de 700 m de altitude. 

 

Possuidora de grande valor histórico, sendo envolvida por muralhas medievais e com vários edifícios que tiveram funções religiosas, militares e administrativas.


Portas da Vila
estilo gótico, onde se encontram encostados, os berrões, duas figuras zoomórficas, monolíticas e de origem celta, que se pensa serem porcos ou javalis.



Castelo
 românico-gótico, situado num cabeço a 762 m de altitude. 
Na sequência do terramoto de 1755, referem a existência de muros fortes e de oito torres arruinadas.
No séc. XIX, com as Invasões Francesas e as Lutas Liberais, a estrutura defensiva entrou em processo de ruína.

Paragem no único tasco da vila...infelizmente comida nem vê-la.

Pelourinho
com 7 m de altura é um dos mais altos da Beira. 
Data do século XVI, tem coluna octogonal e é encimado por um capitel. 
O remate, em gaiola, é ligado por colunelos e tem uma base oitavada.

Igreja de Santa Maria do Castelo -

 

(1299) apenas restam as ruínas desta igreja românica, de planta longitudinal composta, com sacristia adossada à capela-mor.

 


Não podemos escapar a paz que nela reina

Porta do Castelinho
ultimo reduto defensivo, local de refúgio dos combatentes de patente mais elevada. 

 

Aqui permanecemos vários minutos em fotografias e no único tasco da vila, que não se encontrava preparado para alimentar os visitantes...
 
Saída de Castelo Mendo, 


voltamos aos estradões, numa zona planáltica e cerealifera, com alguns muros de pedra a dividir os terrenos, por forma a limitar as deslocações do gado bovino.
 
 

Passamos por cima baixo da A25, junto de um posto de combustível e continuamos sempre em estradão até Leomil.


Seguiram-se as aldeias de Ânsul e Aldeia Nova, todas com pontos de água potável.

 

Esta área faz a transição entre o planalto beirão e a zona duriense.


Área essencialmente florestal, de horizontes limitados e com bastantes afloramentos graníticos,
 

Um pequeno trajeto a descer para a ponte medieval do Pego Negro,

sobre o Rio Côa.


Neste local, encontramos as setas amarelas do caminho de Santiago.  

 
A parte final foi feita por uma calçada antiga, do rio até as portas de Almeida, em ritmo de competição, com contagem para o prémio de montanha, pelo que não paramos para tirar fotos.


Pelas 19h50, chegamos à entrada da praça forte, com 97km nas pernas.

Seguiu-se o banho e o jantar.

ALMEIDA
A estrela de pedra, no planalto das Mesas.

 

Entramos pela porta de S. Francisco, no cenário de lutas, batalhas, cercos e traições, que caracterizam as disputas do território nacional.

 

Porta de S. Francisco
uma das mais bonitas e importantes do país, é dupla e aberta em túnel de abobada e ostenta as armas reais. 

No interior encontra-se atualmente o posto de Turismo.

Quartel das Esquadras
construído no séc. XVIII para quartel da infantaria.

A rota encontra-se bem sinalizada, e é fácil adquirir informação pormenorizada dos percursos, duração, dificuldades, altimetria, tipo de piso, características do terreno e outros conselhos úteis para desfrutar o caminho, os locais e as paisagens.
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No entanto, quem levar o trajeto em gps pode seguir sempre mais descansado, porque em alguns sítios as setas não são logo visíveis ou encontram-se com pouca tinta.



Cartas militares de Portugal n.º 183, 194, 205, 216, 225, 226 e 227.

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