30 agosto 2013

GR 22 - ALMEIDA - MARIALVA


Mais uma travessia de bicicleta pelas aldeias históricas, desta vez entre Almeida e Figueira Castelo Rodrigo.


O Percurso é feito num total aproximado de 72km, com alguns declives acentuados e pequenos troços de cascalho miúdo e solto.

Depois de uma viagem de carro de 220km, entre a cidade de Vila Nova de Gaia e a Praça Forte de Almeida, começamos o passeio cerca das 10h00.



Saída da "estrela de pedra", situada no planalto das Mesas, que rodeia a vila, sede de concelho, seguimos por asfalto durante 6,3km.



Na aldeia de Vale de Coelha a rota entra em estradão largo de terra,



 por entre terrenos de pasto de animais e


talvez por isso vedados por muros de pedra ou rede.


 

Ao chegar à localidade de Almofala - Figueira Castelo Rodrigo, a paisagem começou a mudar e aparecer o verde dos prados, aparentemente mais férteis, talvez devido a proximidade do Rio Águeda e da Barragem de Stª Maria de Aguiar...

e ainda pequenos terrenos de vinha.




Após paragem para foto no Cruzeiro Roquilho (séc. XVI classificado como Imóvel de Interesse Público), que assinala uma antiga via de peregrinação a Santiago de Compostela.
 

Fomos seguidos por aves de rapina, que por instantes pensei estarem a tirar-me as medidas para servir de almoço...

Sorte não pertencer a categoria de peso pluma, tipo o meu amigo TOJO.  

Nesta localidade fui surpreendido por uma espécie de torre de menagem em ruínas (TORRE DAS ÁGUIAS).

que vista de longe, no meio de uns terrenos, até parece um edifício sem qualquer interesse, mas só não fomos ver de perto esta Torre de vigia, de um templo romano, porque não conseguimos encontrar o caminho para lá chegar.



Por aqui apenas se via o trilho no gps...



Mesmo assim acabamos por andar perdidos no meio de um campo,



e a saltar uma vedação, talvez fruto de alterações recentes, para seguir o trilho traçado no gps.



e ainda a molhar os pés ...

 
 
 

Enfim, lá voltou aparecer o caminho.

 

Entramos em Figueira pelo mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar (classificado MN).



Daqui subimos para as ruínas do castelo, que ergue-se no topo de um cabeço.



Entrada na vila fortificada, que guarda vestígios de ocupação humana que remontam ao Paleolítico.




Castelo erguido na cota de 810 metros acima do nível do mar, sobre penedos de xisto, no qual  conservam-se: 
 
- conjunto do portão de entrada, em arco quebrado encimado por balcão de matacães (do qual subsistem apenas os suportes);
- dois torreões de planta quadrangular, que ostentam as pedras de armas do soberano;
- e a torre de menagem.


No interior do recinto ameado de que hoje apenas se percebe perímetro, os fossos, uma das portas da cisterna e a barbacã.



Miradouro para aldeia histórica de Castelo Rodrigo e dos campos em redor,



e ainda da Serra da Marofa.



No exterior do castelo encontra-se a igreja de Rocarnador, de estilo românico, que foi edificada no séc. XII, para servir de apoio aos peregrinos de Santiago de compostela.



Junto desta o Pelourinho, do séc. XVII, de arquitectura manuelina, c



A torre do relógio.



Saída do castelo
 

por uma descida acentuada, em que as ervas não permitiam ver o caminho.




Ainda tentei convencer o gigantones a subir aos 977mt da Serra da Marofa, mas ele chamou-me à razão dizendo que esse não o objetivo,



e lá seguimos por um trilho cravejado de pedras.



A paisagem voltou a mudar e o verde ficou para trás, dando lugar a uma zona árida.



Depois foram cerca de 4,7km a descer por asfalto.



 a única forma para atravessar o Rio Côa,




encaixado num vale imponente e escarpado, que coincide com a transição entre o xisto e o granito.

Desta forma a subida também só podia ser feita por alcatrão, que a tornou menos cansativa.

Passagem na ribeira de Massueime.



Subida por um trilho tipo calçada... 



os últimos quilómetros em percurso plano e rolante...

 

Marialva à vista...

no meio de um delicioso vale coberto de seculares castanheiros.

  

Depois de entrar na localidade seguimos diretos para o castelo, que se ergue num esporão a 613mt altitude.

 

A magia da paisagem que se admira do alto do castelo continua a dar a Marialva o verdadeiro encanto das aldeias portuguesas.

Foi fora das muralhas que o povoado se desenvolveu e guardou a traça das casas de pedra, de dois andares, alinhando-as de forma regular e fechada para uma vida mais familiar.



O castelo dominante no alto de um íngreme penhasco, é o monumento mais importante do conjunto urbano.







Pelourinho com construção provável do séc. XVI, é do tipo gaiola.
 

No largo do Pelourinho, ficava a Antiga Casa da Câmara (em ruínas), onde funcionou o tribunal e a cadeia. 





Capela da Mesiricórdia - estilo maneirista, com um púlpito no exterior.



Igreja de Santiago - estilo manuelino e barroco, que foi edificada em 1585.







Aqui terminou a travessia de bicicleta pelas aldeias históricas, seguindo mais uma viagem de carro até Seia, onde nos esperava um lanche reforçado, antes de regressar ao Porto.

 






carta topografica militar n.º 160, 161, e 162









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