23 abril 2011

GEO120–PONTE DE LIMA

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26 Março de 2011 –






Integrado numa nova filosofia, quiçá única, no promoção e organização de eventos BTT, os Searatrilhos – Ponte de Lima, decidiram avançar com um GO – GRANDESodisseias 2011, composta por três provas com distâncias, dificuldades e locais distintos.






Assim e tendo em conta que a equipa necessitava de elevar os níveis de preparação físico/psiquico, para o grande objectivo de 2011 – (160 km Serpa), aceitamos o desafio de participar na 1ª etapa desta odisseia - GEO120.






Era pois um percurso em autonomia total, orientado apenas por GPS, com um acumulado de 3000, ou seja, BTT ao seu mais alto nível, puro e duro, estando assim todos os condimentos para um grande empeno, agravado ainda pelo estado do tempo, bem como as características do terreno onde iríamos rolar, ou pelo menos tentar…lol



Claro que necessitávamos de um GPS bem afinado, tendo sido escolhido assim o do Leandro.






Partimos assim bem cedinho, como é normal de V.N.Gaia, para a conquista de Ponte de Lima, eu (tojo), Leandro, Kiko, André, Couto, Ricardo e o Coelho, que baptizou a sua nova máquina, uma Cannondale acabadinha de comprar.






Com uma viagem tranquila e sem o stress de outras provas, deu tempo para chegar à sede deste grupo, levantar dorsais e proceder às afinações finais das nossas máquinas, tendo o Coelho aproveitado para ir retirando os plásticos da pedaleira, bem como ler as instruções da nova suspensão, que por defeito só veio com um braço….lol






O tempo mantinha-se com má cara, estando previsto durante a prova condições climatéricas adversas, com muita chuva e vento à mistura, e não é que adivinharam mesmo, e de que maneira.






Partindo de Ponte de Lima com uma cota de 25 m de altitude, havia como 1º objectivo “escalar”, pois mais parecia uma parede, Corno de Bico a uma altitude de 850 m, isto claro em apenas 18 km de percurso, começava a mente insana, pois não se conseguia ver o fim da “coisa”.





O tempo permanecia muito instável, com chuva seguidas de aberturas com sol, que originava constantes paragens do grupo, ora para vestir, ora para voltar a guardar os fatos de chuva.


De seguida descemos até Riba Nogueira no Vale do Vez, a 75 m de altitude.





Foi sem dúvida dos locais mais bonitos que andei, single-tracks espectaculares, um pouco escorregadios, em que a concentração e a destreza tinham de estar em alerta, para não sermos facilmente “arrastados” para fora do trilho.




Neste local foram tiradas as fotos mais espectaculares do dia, onde a brincadeira e boa disposição imperou.






Houve claro uma paragem mais prolongada para nos sentarmos para uma “refeição” mais calma, incluindo uns figos do kiko, que prontamente foi interrompida por mais chuva.






O 2º cume, e numa altura em que o temporal se intensificava, era composto por uma nova “parede” até aos 800m de altitude sobre a Serra da Peneda.



Quando as coisas estavam muito feias, a bicicleta do André decidiu complicar um pouco mais as coisas, a corrente passou para locais impossíveis de andar, que originou uma paragem com cerca de 30 minutos e ter que desmontar as roldanas e desviador traseiro para voltar a por as coisas no seu devido lugar.

O frio desta paragem forçada, fez mossa, dos piores momentos até então, o frio e chuva era tanto, que não se sentia grande parte do corpo, sendo melhor a sensação de empurrar a bicicleta, do que andar em cima dela, acho que havia partes do meu corpo que ganharam vida própria, sem qualquer tipo controle.

Uns quilómetros mais à frente, elementos da organização estavam aconselhar o pessoal a não continuar esta escalada, face às condições meteorológicas terríveis, sendo fustigadas por chuva muito intensa e vento forte. Passamos pois para um dos pontos de fuga.

De volta ao Vale do Vez era altura de descomprimir um pouco e rolar cerca de 7 km em asfalto até Ponte da Barca, onde decidimos fazer uma paragem num tasco ali existente, para beber café e aquecer um pouco.






Logo de seguida seguimos em direcção a Ponte de Lima pela sua famosa “Ecovia” situada na margem do Rio Lima, altura em que o tempo aliviou um pouco.

Em termos globais, fizemos passagens por Floresta, estradões, ribeiras, montes e vales, com muito granito no percurso, em que a minha rígida se portou, como normal ao seu alto nível.

Deu para entender o significado de “MENTES INSANAS”.





Hoje mais que físico, foi posta à prova a nossa mente, numa preparação mental ao sofrimento, e isto só em condições adversas é que se consegue.


1 comentário:

Anónimo disse...

Fantástica Odisseia e dos percursos mais dificeis que ja alguma vez fiz...valeu a pena, temos de continuar, luta Ecobike Luta...
KIKO