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1.º Etapa-
CHAVES – OURENSE – 106 km
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Localidades:
- Chaves, Verin, Oimbra, Monterrei, Laza, Soutelo Verde, Tamicelas, Albergueria, Vilar de Barrio, Bóveda, Vilar de Gomareites, Bobadela, Pardoso, Cima de Vila, Quintela, Xunqueira de Ambia, Taboadela, Outorelo, Piusa, Salgueiros, Gaspar, Veirada, Ousende - Penelas, A Neta, A Castellana, Reboredo, Seixalbo, Ourense.
---Um dia espectacular de sol, com um percurso sem grandes dificuldades, que permitiu muita conversa e andamentos baixos.
---Antes de começarmos o passeio pelas 8h25, ainda houve tempo para o pequeno-almoço e a foto à partida frente à PSP de Chaves.
---Uns quilómetros mais a frente chegamos à fronteira, logo seguido da primeira localidade espanhola de Feces de Abaixo, onde passamos pela capela para tocar no sino avisar da nossa passagem.
---Neste local o primeiro marco de sinalização indicava a distância para Santiago de 199,35km.
---O Trajecto continuou de forma tranquila até Verin, interrompido pela construção de uma auto-estrada, que nos obrigou a pedalar pela futura auto-pista espanhola, que já conhecíamos os desvios para encontrar novamente o caminho de Santiago, visto que tínhamos feito este trajecto na quinta-feira passada.
---Antes de Verin passamos pelo conhecido Molin Rouge, que deve ter uma filial perdida numa estrada nacional no meio do nada. À nossa passagem o barulho que fizemos perturbou o descanso das artistas da noite.
---Antes de entrar em Verin, vê-se ao longe o castelo medieval no alto de um monte a dominar a paisagem.
---Só mesmo com ajuda do funcionário do albergue e pedalado com muita atenção no caminho, para não nos perdermos.
---Desta forma pela nacional OU1021 e ao fim de meia dúzia de kms voltamos a uma paragem num café para um bocadilho, já que para não variar não havia mais nada para comer.
---Mas, mais estranho foi que quem quis comer teve de fazer as sandes.
---No entanto, antes de seguirmos viagem foi tempo de almoço (13h00). Como só podia ser bocadilhos (pão de grandes dimensões), que demoraram a ser confeccionados, pelo que aproveitamos para descansar na esplanada.
---De nada valeu tocar ao sino colocado junto da porta e outros barulhos para chamar o dono ou funcionário do mesmo, porque ninguém apareceu.
---Segue-se uma descida interessante até perto da próxima localidade de Vilar de Barrio, que atravessamos por estrada em direcção as próximas vilas de Bóveda e Vilar de Gomareite, que ficam encostadas umas as outras.
---Cerca de 6km chegamos a Bobadela e voltamos aos montes. De Padroso até Cima de Vila, passamos por um single-track de poucos metros mas muito interessante e com vistas panorâmicas, mas convém não fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
---A parte final do trajecto foi feita quase ao sprint, dado que maior parte era por asfalto e com inclinação favorável até chegar a Ourense cerca das 20h15 espanholas.
---Só depois de termos feito o registo é que ficamos a saber que as 22h00, tínhamos de estar enclausurados no albergue.
---O resultado foi que, alguns ficaram no seu interior, tomaram banho e conseguiram comer a tempo do recolher obrigatório, partilhando a camarata mista com peregrinos estrangeiros e alguns ciclistas de Guimarães e suportaram os ruídos estranhos da noite.
---Quanto ao restante grupo depois do banho nos únicos 3 chuveiros disponíveis, para dar utilidade aos 3€ que fomos obrigados a pagar, dado que já tínhamos feito o registo no albergue, quando fomos informados das obrigações.
---Depois de uma imensidão de quilómetros no centro da cidade e várias investidas nos estabelecimentos de restauração, o único sítio disponível para comer foi uma pizzaria.
---Onde comemos mal, mas pagamos bem.
---Após as 23h00, seguiu-se a tarefa árdua de encontrar hotel e estacionar as viaturas, que só aconteceu duas horas depois e debaixo de uma chuvada, mas só para os condutores.
---Até chegar ao hotel, foi necessário mais uns quilómetros a pé, enquanto a família Mendes, apanhou boleia da polícia local, no banco dos criminosos, que por sinal são bem diferentes dos portugueses, em plástico pouco confortável.
---Além dos hotéis de 4 e 5 estrelas, disponíveis, mas muito fora do orçamento, apenas conseguimos arranjar um hostal com dois quartos vagos para 4 pessoas, onde acabamos por ficar 8, em situação tipo albergue ou pior.
---Ah! Já me esquecia que não foram 8, mas sim 7, porque o Gigantones, não aguentou o ressonar no seu quarto e foi dormir para a carrinha.
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2º dia
OURENSE – SILLEDA – 78km
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---Entre levantar, arranjar as bikes e tomar pequeno-almoço passaram 2horas (07h30 e 09h30 espanholas).
---Depois do dia de sol espectacular de ontem, hoje, o dia era de nuvens e ameaçar chuviscos.
---À saída da cidade, foi difícil encontrar as indicações, pelo que acabamos por passar na ponte errada, tendo entrado no trilho apenas junto da estação de comboios.
---Depois de pedalar alguns quilómetros pela nacional OU0520, chegamos à primeira dificuldade do dia, em Cachaxuas uma "parede" em asfalto de cerca de 1km, entre os 100mt e os 400mt.
---Segundo consta sua Ex.ª o presidente foi ultrapassado na subida por um caminheiro.
---No topo da subida uma fonte colocada estrategicamente, que só os mancos a utilizaram, pois não vi nenhum dos caminheiros a parar. Somos muito fraquinhos!!!
---Em Cea, paragem para visitar o albergue dos peregrinos, que para variar se encontrava aberto, mas sem ninguém no seu interior.
---No centro da localidade seguiram-se as fotos da torre do relógio.
---Só foi possível encontrar dois cafés abertos, tendo sido com a ajuda de uma agente da guardia civil que conseguimos almoçar, porque num só podiamos comer após entrar no horário de almoço, faltando ainda 45m e no outro que ficava fora do caminho só a pedido da referida agente. Lá nos serviram um combinado, que se resumia a uma especie de tortilha e um prato com presunto, chouriço, mortadela e queijo...
---Um roubo! (11,50 por pessoa).
---Entre Cea e Oseira uma avaria na bicicleta do Pedro, com reparação demorada atrasou o passeio, aproveitado pelos da frente para caminhar até o grupo estar completo.
---No entanto, quando chegou a Oseira, com 29,9 km, verificou que ainda tinha muito caminho a percorrer até Silleda e acabou por esperar pelos restantes junto do Mosteiro Santa Maria La Real de Oseira:
- Convento de Oseira, que mistura na sua arquitectura os estilos românico, barroco e renascentista (mais um edifício encerrado).
---Daqui para a frente voltaram as dificuldades e novamente a carregar as binas.
---No inicio da subida o Xinateiro do Manuel, aproveitou para lavar as partes traseiras, num fontanario.
---Não sei se devido as dificuldades do terreno, alguns cromos tinham como tema de conversa o dopping, o Sr. armstrong, o Nuno Ribeiro, etc.
---Depois de tanto tempo a empurrar as biclas, chegamos ao topo e logo a descer em asfalto, que entrou umas centenas de metros à frente num single-track interessante, mas circulável em poucos metros. Vitima Vitokorov ao sair da bike escorregou e caiu sobre as pedras. Nada de grave.
---Com o avançar da hora, o ponto da situação era o Vitokorov, leite e o Costa na cabeça do pelotão à espera que alguém chegasse para dizer o que se passava, o que aconteceu em Santiso, junto do albergue, com a chegada do acidentado Paulo, do Marito e do bombas (Tó Jó).
---Como os restantes já estavam em Silleda, porque seguiram por estrada e como já eram quase 19h00, foi tempo de aumentar o ritmo, tendo o Marito acompanhado o Paulo pela nacional, uma vez que já não aguentava mais o esforço no pé.
---Assim, o Vitokorov, bombas, Costa e o JP, seguiram agora a velocidade supersonica, por caminho (estradão) muito arborizado, em terra, com alguns sítios com muita pedra e água, que tornaram o caminho escorregadio, propicio a mais duas quedas, sem grande mazelas a não ser numa maquina e mais uma paragem para a reparar, que foi aproveitada pelo o JP para aliviar a tripa e já que não havia papel teve de lavar as partes baixas no rio Deza.
---Antes de chegar a Silleda, fica a localidade de A Ponte Taboada, onde passamos por duas pontes antigas, a primeira foi por baixo, em que não deu para fotos e a segunda uma ponte medieval sobre o referido rio, com uma subida por uma calçada tipo romana.
---Finalmente lá chegamos ao hotel Ramos, pelas 20h30, onde os restantes já aguardavam no bar do hotel.
---A distribuição dos quartos não foi pacífica com o JP a ficar com o gigantones e a lamentar-se não ter trazido os tampões para os ouvidos.
---O jantar foi num restaurante Brasileiro, para finalmente esquecermos a comida de nuestros hermanos e fomos no Rodízio, com sete carnes para devorar.
03h50 parados
Media de 12km/h
3.º Dia
SILLEDA – SANTIAGO DE COMPOSTELA – 42km
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---Os locais para carimbar eram poucos e só a meio do caminho é que alguém se lembrou dos carimbos.
---Desta vez, as fotos da praxe foram abreviadas devido à chuva.
Media 16km
---Mais uma vez não chegamos a tempo da missa do peregrino, que o vitokorov fazia questão, para agradecer ter chegado são e salvo, entre outras coisas bem mais importantes.
---Quando já todos "corriam" com destino ao albergue, para tirar a roupa molhada o Vitokorov lembrou-se dos diplomas e lá fomos novamente para a catedral, quer dizer, ao edifício ao lado direito.
---Por fim, alteração dos planos o almoço/lanche deixou de ser em Santiago e passou a ser em Ponte de Lima, devido aos sucessivos, péssimos e dispendiosas refeições que tivemos.
---Pelo Natal acho que lhe devíamos oferecer um gps...
---O resultado foi o "bandulho" cheio e bem satisfeito, pela singela quantia de 15€, que em Espanha apenas dava para aperitivos (muita fominha).
---E assim terminou mais uma travessia dos caminhos de Santiago, repleta de histórias, aventuras, desafios, de coisas boas e outras nem por isso.
---225km percorridos por diversas localidades, estradas e trilhos.
4 comentários:
Porreiro pá!
Mais uma travessia, repleta de histórias e desta vez não fostes parar ao hospital.
Talvez para o próximo eu vós acompanhe.
pedro
Boa noite
A vossa crónica de Chaves a Santiago está muito detalhada, embora pudessem colocar mais fotos de alguns locais.
podem-me enviar o trajecto de gps?
abraço
o meu mail :
carloscubano71@gmail.com
obrigado
bom ainda falta falar das gajas que se passearam de cuecas pelo albergue, etc....
lá vou eu ter de fazer o meu relato.
Gostei e vou repetir, não sei quando nem com quem.
Quanto ao Grupo, no final como sempre, amigos e isso é que importa.
Marito
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