05 outubro 2009

CAMINHO DE SANTIAGO

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1.º Etapa
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CHAVES – OURENSE – 106 km

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Localidades:
- Chaves, Verin, Oimbra, Monterrei, Laza, Soutelo Verde, Tamicelas, Albergueria, Vilar de Barrio, Bóveda, Vilar de Gomareites, Bobadela, Pardoso, Cima de Vila, Quintela, Xunqueira de Ambia, Taboadela, Outorelo, Piusa, Salgueiros, Gaspar, Veirada, Ousende - Penelas, A Neta, A Castellana, Reboredo, Seixalbo, Ourense.
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Um dia espectacular de sol, com um percurso sem grandes dificuldades, que permitiu muita conversa e andamentos baixos.
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---A concentração para não variar foi em Canidelo - Gaia, pelas 05h30, unicamente para colocar as bikes e sacos na carrinha de apoio e seguir viagem até Chaves.
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---Pelo caminho o Gigantones ainda teve tempo para um dos seus famosos lapsos de orientação e em vez de seguir para Chaves já queria ir para Vila Real, nada que um pouco de condução avançada e marcha-atrás não resolvesse o problema, o Marito e o Ti Mendes é que andaram aos papeis, quase a bater por trás.

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Antes de começarmos o passeio pelas 8h25, ainda houve tempo para o pequeno-almoço e a foto à partida frente à PSP de Chaves.


---Atravessamos a cidade com passagem ao lado da Torre de Menagem do Castelo, Igreja de Santa Maria Maior, Igreja da Misericórdia, Câmara Municipal e Ponte Romana (conhecida também por Ponte de Trajano), seguindo pela ciclovia, junto a margem do Rio Tâmega, onde se sentia um frio de rachar.


---Um quilometro à frente passamos o rio para outra margem, continuando por um estradão, sem dificuldades e que serpenteava o rio.
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Uns quilómetros mais a frente chegamos à fronteira, logo seguido da primeira localidade espanhola de Feces de Abaixo, onde passamos pela capela para tocar no sino avisar da nossa passagem.
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Neste local o primeiro marco de sinalização indicava a distância para Santiago de 199,35km.
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---Infelizmente, tenho de salientar que as chapas com indicação dos quilómetros desapareceram da maioria dos marcos...peregrinos ou delinquentes locais?
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O Trajecto continuou de forma tranquila até Verin, interrompido pela construção de uma auto-estrada, que nos obrigou a pedalar pela futura auto-pista espanhola, que já conhecíamos os desvios para encontrar novamente o caminho de Santiago, visto que tínhamos feito este trajecto na quinta-feira passada.
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Antes de Verin passamos pelo conhecido Molin Rouge, que deve ter uma filial perdida numa estrada nacional no meio do nada. À nossa passagem o barulho que fizemos perturbou o descanso das artistas da noite.
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Antes de entrar em Verin, vê-se ao longe o castelo medieval no alto de um monte a dominar a paisagem.



---A paragem foi em frente ao albergue do peregrino de Verin, para reparar o 1.º furo do passeio, da bike do Marito e que foi aproveitado para reforço alimentar.
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---Desta vez passamos ao lado do castelo medieval e da sua calçada em pedra, para não gastar energias a fazer quilómetros desnecessários, uma vez que o caminho não seguia por ali, nem por nenhum lado, porque indicações nem vê-las.

---Só mesmo com ajuda do funcionário do albergue e pedalado com muita atenção no caminho, para não nos perdermos.
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---Optamos por seguir em direcção a Laza em vez de Xinzo de Limia.
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---Desta forma pela nacional OU1021 e ao fim de meia dúzia de kms voltamos a uma paragem num café para um bocadilho, já que para não variar não havia mais nada para comer.

---Mas, mais estranho foi que quem quis comer teve de fazer as sandes.

---Depois de Retorta, onde 4 portistas pousaram formalmente para a foto, abandonamos definitivamente o asfalto em direcção a Matamá.

---Ai chegados foi tempo de abastecimento de líquidos num fontanário curioso, no centro da praça da aldeia e mais uma ponte antiga sobre o rio Tâmega.
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---Voltamos ao estradão no meio do mato e a subir ligeiramente.

---Antes de entramos em Laza, percorremos mais umas centenas de metros na referida nacional.
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---Em Laza, fizemos uma visita ao albergue do peregrino e carimbamos as credenciais na protecção civil, que nos aconselharam a seguir por estrada até a localidade de Alberguería, uma vez que este trajecto se encontrava impraticável para bikes.
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No entanto, antes de seguirmos viagem foi tempo de almoço (13h00). Como só podia ser bocadilhos (pão de grandes dimensões), que demoraram a ser confeccionados, pelo que aproveitamos para descansar na esplanada.



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---A partir de Tamicelas começaram as dificuldades da subida do Monte Talarinõ para Alberguería, dado que não seguimos as recomendações dadas.
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---Um subida com muita rocha solta e uma parte quase só de rocha de muito difícil transposição que obrigou todos a desmontarem por alguns metros.


---Esta subida em termos de dureza faz lembrar a Serra de Lagruja, em Ponte de Lima, no Caminho Português de Santiago (por onde já andamos duas vezes), mas com o "nosso" monte a bater aos pontos o espanhol em termos de beleza, devido à sua vegetação e vistas panorâmicas.


---No topo do monte devido a abertura de corta-fogos o trilho obrigou a mais esforço para percorrer esses metros, devido à terra solta e o consequente enterramento das rodas.

---Chegados ao asfalto encontramos uma indicação de bar a 500mt, pelo que fizemos um sprint até esse ponto ficando as bebidas a encargo dos perdedores.
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---Infelizmente, o único estabelecimento encontrava-se fechado e os últimos a chegar acabaram por se safar ao pagamento.
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---O desconsolo foi maior quando verificamos que se tratava do café mais badalado na net neste percurso, o Rincon del Peregrino, em Albergueria, devido a particularidade de se encontrar decorado de conchas assinadas pelos peregrinos.

---De nada valeu tocar ao sino colocado junto da porta e outros barulhos para chamar o dono ou funcionário do mesmo, porque ninguém apareceu.

---Tivemos de nos contentar com bebidas da maquina plantada à porta do bar ou água do poço.


---O caminho continuou pelo monte a subir ligeiramente, dos 860mt de Alberguería até perto aos 960mt altura junto de uma cruz em madeira.

---Segue-se uma descida interessante até perto da próxima localidade de Vilar de Barrio, que atravessamos por estrada em direcção as próximas vilas de Bóveda e Vilar de Gomareite, que ficam encostadas umas as outras.
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---Cerca de 6km chegamos a Bobadela e voltamos aos montes. De Padroso até Cima de Vila, passamos por um single-track de poucos metros mas muito interessante e com vistas panorâmicas, mas convém não fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
---Continua-se a descer por um estradão até a referida Vila, que fica com uma das melhores descidas do percurso.

---Quando chegamos ao ultimo albergue antes de Ourense, em Xunqueira de Ambía, paramos para decidir se ficávamos por ali ou continuávamos o que criou alguns atritos, sendo sujeito a votação pouco democrática, tendo vencido continuar destino como estava inicialmente estabelecido e porque ainda havia lugares no albergue.

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A parte final do trajecto foi feita quase ao sprint, dado que maior parte era por asfalto e com inclinação favorável até chegar a Ourense cerca das 20h15 espanholas.
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Só depois de termos feito o registo é que ficamos a saber que as 22h00, tínhamos de estar enclausurados no albergue.
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O resultado foi que, alguns ficaram no seu interior, tomaram banho e conseguiram comer a tempo do recolher obrigatório, partilhando a camarata mista com peregrinos estrangeiros e alguns ciclistas de Guimarães e suportaram os ruídos estranhos da noite.
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Quanto ao restante grupo depois do banho nos únicos 3 chuveiros disponíveis, para dar utilidade aos 3€ que fomos obrigados a pagar, dado que já tínhamos feito o registo no albergue, quando fomos informados das obrigações.

---Segui-se uma das partes mais difíceis do passeio, encontrar um restaurante que nos servisse uma refeição sem ser bocadilhos ou tapas.

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Depois de uma imensidão de quilómetros no centro da cidade e várias investidas nos estabelecimentos de restauração, o único sítio disponível para comer foi uma pizzaria.
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Onde comemos mal, mas pagamos bem.
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---Valeu-nos a clientela, estômago desconsolado mas olhos bem regalados.
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Após as 23h00, seguiu-se a tarefa árdua de encontrar hotel e estacionar as viaturas, que só aconteceu duas horas depois e debaixo de uma chuvada, mas só para os condutores.
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Até chegar ao hotel, foi necessário mais uns quilómetros a pé, enquanto a família Mendes, apanhou boleia da polícia local, no banco dos criminosos, que por sinal são bem diferentes dos portugueses, em plástico pouco confortável.
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---Além dos hotéis de 4 e 5 estrelas, disponíveis, mas muito fora do orçamento, apenas conseguimos arranjar um hostal com dois quartos vagos para 4 pessoas, onde acabamos por ficar 8, em situação tipo albergue ou pior.
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Ah! Já me esquecia que não foram 8, mas sim 7, porque o Gigantones, não aguentou o ressonar no seu quarto e foi dormir para a carrinha.
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2º dia
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OURENSE – SILLEDA – 78km
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Localidades:
- Ourense, Soutelo, Cudeiro, Sartédigos, Bouzas, Sobreira, Faramontaos, Biduedo, Casanova, Cea, Silvaboa, Pielas, Oseira, Vilarello, Carballedinã, O Outeiro, A Grouxa, Bidueiros, Dozón, Santo Domingo, Puxallos, Pontenoufe, A Xesta, Estación de Lalin, Botos, Fondevila, Donsión, A Laxe, Prado, A Borallo, A Ponte Taboada, Transfontao e Silleda.
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Entre levantar, arranjar as bikes e tomar pequeno-almoço passaram 2horas (07h30 e 09h30 espanholas).
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Depois do dia de sol espectacular de ontem, hoje, o dia era de nuvens e ameaçar chuviscos.
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À saída da cidade, foi difícil encontrar as indicações, pelo que acabamos por passar na ponte errada, tendo entrado no trilho apenas junto da estação de comboios.
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Depois de pedalar alguns quilómetros pela nacional OU0520, chegamos à primeira dificuldade do dia, em Cachaxuas uma "parede" em asfalto de cerca de 1km, entre os 100mt e os 400mt.
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Segundo consta sua Ex.ª o presidente foi ultrapassado na subida por um caminheiro.
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No topo da subida uma fonte colocada estrategicamente, que só os mancos a utilizaram, pois não vi nenhum dos caminheiros a parar. Somos muito fraquinhos!!!
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---Depois entra-se em estradão em terra que nos leva até a localidade de Ponte de Mandrás, com passagem por uma ponte de estilo medieval, onde fizemos uma breve paragem para fotos e apenas uma bebida, porque à quem goste de chular os peregrinos...

---Neste percurso foram várias as árvores de fruto figos, macieiras, pessegueiros, etc., que a cada passo foram atacadas por os ciclistas...
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Em Cea, paragem para visitar o albergue dos peregrinos, que para variar se encontrava aberto, mas sem ninguém no seu interior.


---O Vitokorov e o Marito entreteram-se a preencher o livro de presenças, mas carimbo nem vê-lo.
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No centro da localidade seguiram-se as fotos da torre do relógio.
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---Paragem junto do carro de apoio para duas de letra e como se aproximava as 13h00 espanholas, decidimos almoçar todos juntos.
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Só foi possível encontrar dois cafés abertos, tendo sido com a ajuda de uma agente da guardia civil que conseguimos almoçar, porque num só podiamos comer após entrar no horário de almoço, faltando ainda 45m e no outro que ficava fora do caminho só a pedido da referida agente. Lá nos serviram um combinado, que se resumia a uma especie de tortilha e um prato com presunto, chouriço, mortadela e queijo...

---Um roubo! (11,50 por pessoa).

---Entre Cea e Oseira uma avaria na bicicleta do Pedro, com reparação demorada atrasou o passeio, aproveitado pelos da frente para caminhar até o grupo estar completo.


---Neste troço o gigantones numa travessia de um lago foi atacado por um grupo de vândalos, que o apedrejaram, tendo sujado o seu fato de gala, que o deixou bastante aborrecido, seguindo o resto do caminho sozinho.


---Pois pensava que estava perto do fim da etapa.
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No entanto, quando chegou a Oseira, com 29,9 km, verificou que ainda tinha muito caminho a percorrer até Silleda e acabou por esperar pelos restantes junto do Mosteiro Santa Maria La Real de Oseira:
- Convento de Oseira, que mistura na sua arquitectura os estilos românico, barroco e renascentista (mais um edifício encerrado).

---Daqui para a frente voltaram as dificuldades e novamente a carregar as binas.

---No inicio da subida o Xinateiro do Manuel, aproveitou para lavar as partes traseiras, num fontanario.

---Não sei se devido as dificuldades do terreno, alguns cromos tinham como tema de conversa o dopping, o Sr. armstrong, o Nuno Ribeiro, etc.

---Depois de tanto tempo a empurrar as biclas, chegamos ao topo e logo a descer em asfalto, que entrou umas centenas de metros à frente num single-track interessante, mas circulável em poucos metros. Vitima Vitokorov ao sair da bike escorregou e caiu sobre as pedras. Nada de grave.

---Em vilarello paragem para mais água e figos, com o a encontrar uma nova técnica para chegar aos frutos (com pedras). É o que faz ir aos figos com gajos grandes...

---Logo a seguir uma nova subida em estradão, com pedra pequena, que voltou a fazer mossa no grupo, com os da frente a não terem conhecimento da queda do Paulo, que parecia um filme de terror de fraca categoria com sangue a jorrar do tornozelo.
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Com o avançar da hora, o ponto da situação era o Vitokorov, leite e o Costa na cabeça do pelotão à espera que alguém chegasse para dizer o que se passava, o que aconteceu em Santiso, junto do albergue, com a chegada do acidentado Paulo, do Marito e do bombas (Tó Jó).
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Como os restantes já estavam em Silleda, porque seguiram por estrada e como já eram quase 19h00, foi tempo de aumentar o ritmo, tendo o Marito acompanhado o Paulo pela nacional, uma vez que já não aguentava mais o esforço no pé.
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Assim, o Vitokorov, bombas, Costa e o JP, seguiram agora a velocidade supersonica, por caminho (estradão) muito arborizado, em terra, com alguns sítios com muita pedra e água, que tornaram o caminho escorregadio, propicio a mais duas quedas, sem grande mazelas a não ser numa maquina e mais uma paragem para a reparar, que foi aproveitada pelo o JP para aliviar a tripa e já que não havia papel teve de lavar as partes baixas no rio Deza.
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Antes de chegar a Silleda, fica a localidade de A Ponte Taboada, onde passamos por duas pontes antigas, a primeira foi por baixo, em que não deu para fotos e a segunda uma ponte medieval sobre o referido rio, com uma subida por uma calçada tipo romana.
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Finalmente lá chegamos ao hotel Ramos, pelas 20h30, onde os restantes já aguardavam no bar do hotel.
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A distribuição dos quartos não foi pacífica com o JP a ficar com o gigantones e a lamentar-se não ter trazido os tampões para os ouvidos.
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O jantar foi num restaurante Brasileiro, para finalmente esquecermos a comida de nuestros hermanos e fomos no Rodízio, com sete carnes para devorar.
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---A muito custo a carne lá foi chegando e as bebidas também, mas só com ajuda do Tó Jó, que deu uma ajuda ao empregado, com pouca vontade de servir...
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---A meio das carnes fomos surpreendido com a noticia que tinham acabado as carnes, ou seja ficamo-nos pelas 4. Isto para quem as comeu todas.
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---No final foi tempo de negociar o preço que era de 17€ e passou para 15€, sendo certo que afinal a publicidade enganosa resulta, ou seja a bebida à descrição afinal era só a primeira.
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---Enfim, mais aldrabões.
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---Durante o jantar o Paulo quis ser o centro das atenções (já que a brasileira não quis fazer um strip), tendo perdido os sentidos e só com duas cervejas...muito fraquinho!
---Na opinião da enfermeira de serviço a menina Marito, tal deveu-se ao sangue que a vitima foi perdendo em consequência da queda e quiçá devido ao cansaço.

---Assim, no final foi fazer uma visita ao centro de saúde.
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---A noite terminou cedo para alguns já habituados aos horários dos albergues, enquanto outros foram fazer uma caminhada para descomprimir e tomar um digestivo no único bar aberto.
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---Durante a noite alguns ainda pensaram levantar-se mais cedo e seguir até Fiesterra, mas acabaram por perceber que não seria boa ideia, dado que o objectivo era seguirem todos juntos.
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77km
06h25 a pedalar
03h50 parados
Media de 12km/h
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3.º Dia
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SILLEDA – SANTIAGO DE COMPOSTELA – 42km
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Localidades:
- Silleda, San Fiz, Bandeira, Besteiro, Dornelas, Castro, Puente Ulla, Outeiro, Rubial, Deseiro, Rubial, A Susana, Cañoteira, Vixoi e Santiago.
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---Hoje, saímos da cama as 08h30 espanholas, porque o Ti Mendes, tratou de acordar toda a gente, embora nalguns casos foi preciso tira-los da cama.
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---Mais uma vez um pequeno almoço mal servido. Será que somos nós que não sabemos pedir?

---Uma hora depois seguimos viagem, desta vez sem dificuldades em encontrar o caminho correcto.

---O dia ameaçava chuva, o que veio a suceder mais para a frente.
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---O grupo rapidamente se fragmentou em dois, porque o Vitokorov ainda pensou em ir à missa do peregrino que começava as 12h00.
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---O ritmo seguiu a uma média de 14, dado que os trilhos também ajudavam, sem grandes dificuldades.
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---Uma vez que o ritmo aumentava as fotos diminuíam e com chuva é quase impossível.
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---Na localidade de Seixo, mais um desvio no caminho, devido à construção de um viaduto, para mais uma auto pista.

---Os locais para carimbar eram poucos e só a meio do caminho é que alguém se lembrou dos carimbos.

---Na descida para a Ponte Ulla, em asfalto, finalmente se viu o Marito a libertar-se do medo e a largar os travões, que pela primeira vez ninguém o conseguiu acompanhar numa descida (50mt altitude).
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---No albergue de San Pedro de Vila Nova, o grupo da frente fez uma paragem no momento certo para evitar uma tromba de água, tendo aproveitado para conversarem em inglês com o único peregrino ali presente, um alemão campeão de btt do escalão sénior, que vinha de Sevilha a pé até Santiago e em Dezembro ia voltar a este caminho, mas de bike e na companhia da sua namorada.
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---E como ele disse a pé é em introspecção/fé e em bike é pelo desporto e diversão.
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---Algures na localidade de Rubial, paramos numa casa tipo turismo rural, onde o seu proprietário, reformado da TV (actor de uma série de apanhados) mostrou-nos a simpatia e hospitalidade espanhola, que até então desconhecíamos. Oferecendo-nos fruta, água e lavagem das bikes.

---Continuamos e mais à frente nova tromba de água, desta vez como já estávamos perto de Santiago o Tó Jó e JP decidiram continuar.
---5km antes de Santiago mais uma paragem para o inevitável bocadilho e cola. Quando se preparavam para seguir caminho foram alcançados pelos atrasados.

---À entrada de Santiago rapidamente verificamos que estávamos perto do destino, com a catedral no meio dos prédios.
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---Antes disso, uma descida por um empedrado em fase de finalização, por trabalhadores portugueses, que se manifestaram à passagem da bike do Manuel, com a sua bandeira nacional.


---Lá seguiram viagem com o Gigantones a passar para a frente do pelotão, preparando-se para triunfar na etapa, na Catedral, mas na ultima subida faltou-lhe a pedalada ou um danoninho e lá utilizou a táctica do costume para disfarçar "vou lá a atrás ajudar os outros"...pois... pois....
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---Desta vez, as fotos da praxe foram abreviadas devido à chuva.

42km
02h30 - pedalar
00h55 parados
Media 16km
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---Mais uma vez não chegamos a tempo da missa do peregrino, que o vitokorov fazia questão, para agradecer ter chegado são e salvo, entre outras coisas bem mais importantes.
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---Mas ainda deu tempo para a volta interior à catedral e para alguns foi tempo de introspecção e de fé.
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---Quando já todos "corriam" com destino ao albergue, para tirar a roupa molhada o Vitokorov lembrou-se dos diplomas e lá fomos novamente para a catedral, quer dizer, ao edifício ao lado direito.
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---Para não variar aquela hora havia fila pelas escadas a cima, mas o Marito fazia questão de esperar, para após o banho seguir logo em direcção a Portugal, pois estava preocupado com o acidentado.

---Ao fim de uma hora voltamos as bikes para seguir para o Seminário Maior e tomar o merecido banho.
---Foi preciso deixar alguém de guarda as carrinhas, porque os gatunos são universais e já andavam a rondar.
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---Por fim, alteração dos planos o almoço/lanche deixou de ser em Santiago e passou a ser em Ponte de Lima, devido aos sucessivos, péssimos e dispendiosas refeições que tivemos.
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---Antes de chegar ao destino o Gigantones, mais uma vez tentou despistar as outras duas viaturas e em vez de seguir para Portugal fez uma manobra evasiva e saiu para Vigo.

---Pelo Natal acho que lhe devíamos oferecer um gps...
---Ponte de Lima, fomos ao "Encanado", onde a sua proprietária afirmou que independentemente da hora, nunca ninguém ficava sem comer. Será?

---O resultado foi o "bandulho" cheio e bem satisfeito, pela singela quantia de 15€, que em Espanha apenas dava para aperitivos (muita fominha).
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---Antes de voltarmos aos carros com destino a Gaia, o Marito e o lesionado Paulo, pediram para lhes rubricarem as costas dos seus diplomas.
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---E assim terminou mais uma travessia dos caminhos de Santiago, repleta de histórias, aventuras, desafios, de coisas boas e outras nem por isso.
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---225km percorridos por diversas localidades, estradas e trilhos.


BOM CAMINHO
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Em 2010 é ano Santo em Compostela, pois o 25 de Julho coincide com um Domingo.

---A cerimónia começa a 31 de Dezembro com abertura da Porta Santa, que assim ficará durante um ano.

---Por isso, o próximo ano era o tempo indicado para percorrer o caminho Francês...alguém interessado?

---Ou melhor, alguém com disponibilidade de tempo, financeira e de pernas...-


ULTREYA E SUSEYA!


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4 comentários:

Anónimo disse...

Porreiro pá!

Mais uma travessia, repleta de histórias e desta vez não fostes parar ao hospital.

Talvez para o próximo eu vós acompanhe.

pedro

Anónimo disse...

Boa noite

A vossa crónica de Chaves a Santiago está muito detalhada, embora pudessem colocar mais fotos de alguns locais.
podem-me enviar o trajecto de gps?
abraço

Anónimo disse...

o meu mail :
carloscubano71@gmail.com
obrigado

Mário disse...

bom ainda falta falar das gajas que se passearam de cuecas pelo albergue, etc....
lá vou eu ter de fazer o meu relato.
Gostei e vou repetir, não sei quando nem com quem.
Quanto ao Grupo, no final como sempre, amigos e isso é que importa.
Marito